domingo, 22 de novembro de 2015

AVALIAÇÕES DE EMPRESAS

Resumo do capítulo 33 do livro Controladoria Estratégica e Operacional de Clóvis Luís Padoveze

Avaliações de Empresas e Decisão de Investimento
Os modelos para decisão de investimentos partem da ideia de verificar a viabilidade econômica de um investimento antes de sua implementação. Os mesmos critérios de avaliação adotados para a decisão de investir devem ser utilizados para a mensuração do valor desses mesmos investimentos em operação. A Controladoria deve continuadamente mensurar o valor da empresa para monitorar o processo de criação de valor e avaliação do desempenho dos investimentos.


Valor Presente Líquido (VPL)
Um investimento é feito no pressuposto de gerar um resultado que supere o valor investido, para compensar o risco de trocar um valor presente certo por um valor futuro com risco de sua recuperação. A rentabilidade desejada que será incorporada no modelo de decisão de investimentos é denominada juros remuneratórios.

O critério de VPL é o modelo clássico para decisão de investimentos e compreende as seguintes variáveis:
o   O valor do investimento
o   O valor dos fluxos futuros de benefícios
o   A quantidade de períodos em que haverá os fluxos futuros
o   A taxa de juros desejada pelo investidor

Quanto mais tempo for necessário para que haja retorno do investimento, mais riscos existem, assim, a taxa de juros a ser incorporada ao modelo deve ser adequada para cobrir o risco decorrente da extensão do tempo.
       O valor atual dos fluxos futuros confrontado com o valor atual do investimento a ser feito indica a decisão a ser tomada:
o   Se o valor atual dos fluxos futuros for igual ou superior ao valor atual a ser investido, o investimento deverá ser aceito
o   Se o valor atual dos fluxos futuros for inferior ao valor a ser investido, o investimento não deverá ser aceito.

Taxa Interna de Retorno (TIR) 
Neste modelo, em vez de buscar o VPL do fluxo futuro, busca-se a taxa de juros que iguala o total dos fluxos futuros descontados a essa taxa de juros, com o valor do investimento inicial.

Períodos de Retorno do Investimento (Pay Back)
Indica em quanto tempo há o retorno do investimento inicial. 

Análise das Variáveis do VPL
Compreende quatro variáveis: os valores do investimento e dos fluxos futuros de benefícios, a taxa de juros para desconto dos fluxos futuros e a quantidade de períodos em que os fluxos futuros existirão.

·    - Valor do Investimento: pode ser feito de uma só vez, no início do projeto; em várias parcelas, todas antes do início das operações; ou em várias parcelas, sendo algumas antes do início e outras já com as operações em andamento.  O valor do investimento compreende todos os gastos necessários para que o investimento possa render os fluxos futuros.
·    - Valor dos Fluxos Futuros de Benefícios: a metodologia mais utilizada é o fluxo de caixa descontado. Pode ser desenvolvido considerando dois enfoques: o foco específico do acionista e o foco geral da empresa (para todos os investidores).

Capital de Giro e Novos Investimentos em Fluxo de Caixa
Os investimentos em Capital de Giro e Ativos Imobilizados dentro de um ano, em princípio, devem ser responsáveis pelos lucros futuros e não são correlacionados com os lucros atuais, já que estes foram objeto de investimentos anteriores.

Valor Residual e Perpetuidade
No fluxo futuro de benefícios deve ser considerado o valor residual de um investimento, seja ele uma ação ou a empresa, desde que tenha possibilidade de receita futura.

Taxa de Juros
A taxa de juros a ser utilizada deve refletir o risco de cada empresa, sendo expressa pela equação:
RI = Taxa Livre de Risco + Beta x (Retorno de Mercado – Taxa Livre de Risco)
Onde, RI = Retorno esperado de um investimento; Taxa Livre de Risco = Rentabilidade de Títulos Governamentais; Beta = Coeficiente que representa o risco específico da empresa em relação à média do mercado ; e Retorno de Mercado = Retorno médio esperado de determinada carteira de investimentos no mercado.

Taxa de Juros do Acionista: na utilização do modelo de VPL, quando se utilizar fluxo de caixa do acionista, é preciso utilizar também sua taxa de juros.

Custo Médio Ponderado de Capital: leva em consideração a estrutura de capital da empresa, ou seja, a participação de capital de terceiros e capital próprio no investimento total. A taxa de juros do capital de terceiros deve ser líquida dos impostos sobre o lucro.

Quantidade de Períodos: Não há padrão sobre a quantidade de períodos a ser utilizada nos fluxos futuros, porém o mais usual é entre 5 e 10 anos.

Valor das Ações e Modelos de Desconto de Dividendos: esses modelos são utilizados para avaliar as ações. Um modelo que denominamos geral, também utilizando o conceito de perpetuidade, é atribuir valor à empresa na pressuposição de que ela consegue lucros de forma ininterrupta.

Um outro modelo muito considerado é denominado Modelo de Gordon; trabalha exclusivamente com os fluxos de dividendos futuros mais uma expectativa de crescimento da Empresa. A longo prazo, a expectativa de crescimento da empresa deverá ser próxima à expectativa de crescimento do país. Desconta-se o dividendo esperado pela taxa de juros diminuída da expectativa de crescimento, obtendo-se o valor da empresa.

MVA – Market Value Added (Valor de Mercado Adicionado)
O Valor de Mercado Adicionado mede o quanto a empresa agregou de lucro para o acionista naquela período em relação ao custo de oportunidade do mercado daquele período. O MVA mede o crescimento do valor total da empresa e é calculado pela fórmula:
MVA = Valor de Mercado da Empresa (-) Capital Investido
O Valor de Mercado da empresa deve refletir o valor presente dos fluxos futuros. 

MVA e Criação de Valor
O conceito de MVA (Valor de Mercado Adicionado) e EVA (Valor Econômico Adicionado), deve ser incorporado nos critérios de mensuração de desempenho das atividades e unidades de negócio.
O conceito de MVA é totalmente coerente com o de criação de valor para o acionista e, portanto, deve ser incorporado no modelo de Controladoria de gestão econômica. 

Opções Reais
As opções reais reconhecem que os investimentos contêm oportunidades para observar eventos futuros e obter informações para antes da tomada de decisões cruciais. Neste conceito, as empresas podem reformular seus programas de investimentos, assim como as incertezas são resolvidas ao longo do tempo. As opções reais oferecem a flexibilidade de expandir, estender, reduzir, abandonar ou adiar um projeto em resposta a eventos imprevistos que aumentam ou diminuem o valor do projeto com o passar do tempo.

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